Sarah Paulson participa de uma rodada de perguntas e respostas para a Saks

post por: Eduardo Meneses 15.09.2021

Recentemente, Sarah Paulson foi entrevistada pelo catálogo da Saks e nós da Sarah Paulson Brasil traduzimos toda a entrevista para vocês. De acordo com a estilista Karla Welch, falar com Sarah mostra o quanto muitos de seus personagens são exagerados, considerando o quão profundamente gentil, calorosa e engraçada ela é. Saindo das estreias de verão da 10ª temporada de American Horror Story e de Impeachment: American Crime Story neste mês, no qual ela interpreta a denunciante Linda Tripp, Sarah continuamente ocupa papéis que parecem distantes de sua verdadeira natureza.

 

Veja abaixo a entrevista na íntegra com uma das atrizes mais introspectivas e talentosas de nosso tempo com a estilista Karla Welch.

 

Karla: O que te guiou no ano passado?
Sarah: É como aquela música de Barbra Streisand, ‘Pessoas que precisam de pessoas são as pessoas mais sortudas’. Fiquei muito feliz por poder estar perto das pessoas que amo e estava constantemente reconhecendo a riqueza disso.

 

 

Karla: Para Impeachment: American Crime Story, como foi ser produtora executiva e trabalhar com Monica Lewinsky?

Sarah: Monica é uma mulher maravilhosa, muito inteligente, sábia e comovente, que me sinto muito honrada em conhecer e chamar de amiga. Acho que sempre que você se esforça para fazer algo sobre a vida de alguém, é um desafio porque você quer ser o mais respeitoso possível enquanto conta a verdade da história. Como produtora executiva, enfrentei meu medo de me assistir, porque sei que é melhor para o projeto como um todo. Tento sair da minha cabeça e pensar sobre a responsabilidade que meu personagem tem na história. Pode ser difícil de fazer quando você está em uma pista, então tem sido muito bom para mim de várias maneiras.

 

 

Interpretar pessoas reais é o meu objetivo. É uma responsabilidade enorme fazer algo que seja verdadeiro.

 

Karla: Por quais momentos inesperados em sua carreira você é agradecida hoje em dia?

Sarah: Acredito que tudo acontece no momento certo. Eu deveria fazer uma peça em Nova York quando Jessica Lange estava visitando Los Angeles, e então isso aconteceu dois dias antes. Acabei indo jantar com ela e Ryan Murphy, e Jessica colocou o braço em volta de mim e disse ao Ryan: ‘Você não consegue encontrar algo para ela fazer em American Horror Story?’ E o resto é história.

 

 

Karla: Agora você já interpretou uma gama completa de personagens para Murphy. Como você aborda especificamente os papéis não ficcionais?
Sarah: Interpretar pessoas reais é o meu objetivo. É uma responsabilidade enorme fazer algo que seja verdadeiro. Isso não significa que a pessoa que você está interpretando ou seus familiares vão achar que está certo, e eu tenho que aceitar isso. A beleza de um empreendimento artístico é a interpretação.

 

 

Karla: Em sua interpretação de Marcia Clark em The People vs. OJ Simpson, você ajudou a revelar o sexismo que existia naquela época. Até onde você acha que a cultura em geral avançou desde então?
Sarah: Eu acho que esta é uma área muito cinzenta. E muita vida vive nesta área cinzenta. Não há dúvida de que houve progresso. Há muito trabalho a ser feito, individualmente, que afetará o coletivo sobre como nos valorizamos. Pessoalmente, tenho meu próprio trabalho a fazer para me sentir confortavelmente poderosa dentro de mim e ver as coisas que conquistei como realizações, não como acaso.

 

 

Penso em algumas das oscilações que eu tive e nas escolhas que fiz – e que não disse não quando queria por medo.

 

Karla: Você pode nos contar mais sobre como você usa o medo como ferramenta?
Sarah: Muito poucas pessoas conseguem realmente olhar em volta e dizer: ‘Estou fazendo o que sempre sonhei.’ E isso é inegavelmente verdade para mim. Penso em algumas das oscilações que tive e nas escolhas que fiz, e que não disse não quando queria por medo. Eu meio que fico maravilhada com isso, já que sei quem sou por dentro e como era tímida quando era uma garotinha.

 

Karla: Como a moda desempenhou um papel te ajudando a se transformar nos personagens que você interpretou?
Sarah: Os figurinistas sempre desempenham um papel muito importante para mim. Não acho que poderia ter encarado a enfermeira Ratched se não fosse por Lou [Eyrich] que colocou aquele chapéu amarelo na minha cabeça. Informa exatamente como você deve se impor. Você não pode ficar como uma pessoa da modernidade com essas roupas. Às vezes é de fora para dentro para mim – das roupas ao cabelo e à maquiagem – e então posso partir daí.

 

Karla: Embora você seja maestral em se transformar em um personagem, também é conhecida por seu estilo pessoal. Como você descreveria isso?
Sarah: Sou uma Dries Van Noten (Estilista de Moda), calças largas, tênis Balenciaga grande, o tipo de pessoa que usa um moletom por cima e um lindo colar. É uma reminiscência da minha estilista Karla Welch, que é uma gênia absoluta. Você não vai me encontrar de jeans skinny, nunca. Isso não significa que eu não acho que minha bunda está boa, apenas significa que eu não me sinto eu. “Então eu uso uma calça de pernas largas de cintura alta e me sinto como eu mesma. E quando entrar e sair de moda, não vou me importar porque me sinto em casa usando isso. No momento, eu realmente quero usar as peças que se pareçam e se sintam como eu mesma.